quarta-feira, 20 de setembro de 2017

4º Tresmarão MotoRide 2017 - Memorial Antonio ABreu

Aconteceu no passado fim de semana de 8 e 9 de Setembro a 4ª edição do Tresmarão Motoride. Infelizmente, sem a presença do seu mentor, o Falecido Antonio Abreu!
A equipa que com ele sempre trabalhou fez um trabalho fantástico e dignificou a memória do "ASA"!
Antes de avançar com a minha crónica, deixo os parabéns a todos. Eu nunca tive a felicidade de conhecer o Antonio, mas depois de tudo o que ouvi, tenho a certeza que ele está muito orgulhoso de vocês!

A cronica:

Sábado, 7:30 da manhã, encontro-me com o Nuno, meu companheiro de aventura para o fim de semana. Às 7:45 já estávamos na A.S. de Aguas Santas para nos encontrarmos com o Gustavo e mais um companheiro (desculpa que não fixei o nome) e lá seguimos em direcção às Piscinas de Amarante, ponto de partida para a Aventura!

Já la estavam algumas maquinas e muitas mais estavam para chegar, foram cerca de 70 motas das mais variadas, desde as "cabras" (KTM 450) até aos "Mamutes" (BMW 1200GSA, KTM 1290), havia de tudo um pouco...

Hora da partida e seguimos para um percurso matinal com cerca de 70kms (75% Off-Road) que nos levaria até ao Restaurante Tasca do Valado, não sem antes passarmos pela Anta e Dolmen da Aboboreira e uma recepção com direito a café e bolo na Câmara Municipal de Baião.
O percurso foi bastante agradavel e relativamente fácil, mesmo para um maçarico como eu! :-)

O Almoço foi muito bom e o restaurante está localizado num vale, com umas vistas espectaculares.
Mais um ponto positivo a favor da organização!

Durante a tarde apareceram as maiores dificuldades, foram 80kms (50% Off-Road) com muita pedra, alguns enganos e umas vistas fabulosas!
A subida até às Antenas do Marão foi toda feita por troços do Rally de Portugal, duros, muito duros e, quase a chegar ao topo apanhamos asfalto tão esburacado que mais valia voltar para a terra!

A descida para o Alvão foi ainda mais complicada, alem de toda a dificuldade do percurso, os enganos e falhas no meu GPS fizeram com que não conseguisse disfrutar do percurso como deveria.
Houve um momento em que uma ribanceira começou a chamar pela minha Transalp e só com muita sorte e ajuda do Gustavo consegui que isso não acontecesse!
Nesse momento decidi fazer o caminho até Vila Pouca de Aguiar pela famosa N2, o cansaço já era muito e ainda hoje acho que tomei a decisão correta!
A verdade é que o percurso não era assim tão complicado, eu é que sou completamente maçarico no Off -Road e preferi não arriscar!
De Vila Pouca ao Hotel foram cerca de 60kms feitos por estrada, daquelas que a gente gosta... curvas e mais curvas!

Banho tomado, seguimos para a Casa Florestal onde nos esperava um saboroso Porco no Espeto, umas Minis e um quentinho Caldo Verde, que tão bem soube... a noite estava muito fria!

Depois da janta, houve uma sentida Homenagem ao Antonio Abreu, que deixou todos emocionados e com uma lagrima no canto do olho!
Como é normal neste evento foi entregue o Prémio VEM (Verdadeiro Espirito Motard), e desta vez o prémio foi entregue a titulo póstumo ao Antonio.
De seguida houve sorteio de Premios oferecidos pelos patrocinadores do evento... :-)
A coisa correu bem para os meus lados, ganhei um casaco da Touratech que só pelo jeito que deu no regresso ao Hotel foi, para mim, o melhor prémio da Noite! O Nuno também foi contemplado com um capacete.

Depois de uma noite bem dormida, tomamos o pequeno almoço no Hotel Nascente do Ave.
Eu tinha decidido na noite anterior que não iria fazer o percurso Off-Road do segundo dia, sentia-me muito cansado e com dores nos braços e nas pernas.
Quando já tinha planeado fazer as ligações por estrada e encontrar-me com a caravana nos pontos de encontro, vejo o Manuel Areias (Fotografo do Evento) a preparar-se para sair e decido ir com ele, assim ia ainda disfrutar um pouco mais, porque ele ia estar em alguns pontos chave do percurso fazendo pouco percurso fora de estrada.
Do Hotel seguimos directos para o Salto da Pedra Sentada em Fafe (o famoso salto do Rally de Portugal)... foi a loucura, ver o pessoal que tem o Kit de Unhas bem afinado a voar bem alto!
Eu também saltei... mas esqueci-me da mota! :-)

Depois de todos passarem no Salto, seguimos para o Cruzeiro da Senhora da Fé em Vieira do Minho onde seria o reforço matinal e a despedida (minha e do Nuno) do evento.
Pelo caminho ainda vi o Areias a dar um tombo aparentemente inofensivo, mas que lhe perfurou uma das tampas do motor da sua GS. Felizmente vinha logo atrás o mecanico de serviço e rapidamente resolveu o problema com uma Barrita Patex (recomendo que tenham sempre no vosso kit de ferramentas)!
 Problema resolvido seguimos caminho por umas das zonas mais bonitas do percurso a Barragem do Ermal.
Estava quase a chegar ao fim a minha aventura, faltava só comer uma bela sandocha no abastecimento.
Feitas as despedidas, la seguimos nós para casa!
Foram cerca de 500kms, que me deixaram de baterias carregadas e ansioso que chegue o próximo!
Mais uma vez obrigado a toda a organização e participantes pelo belo fim de semana que me proporcionaram!

Fotos de Fernando Soares, Manuel Areias, Nuno Ferreira e Saul Matos

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Picos da Europa - Dia 4

Dia 4 (7/4/2017)
Para o 4º e ultimo dia da viagem, o ponto alto era a visita a Fisterra.
“O seu nome deriva da expressão latina finis terrae, isto é "fim da terra". O cabo Finisterra, que se estende a sul-sudoeste da vila, situada cerca de 100 km a oeste de Santiago de Compostela, é considerado por muitos o verdadeiro fim do Caminho de Santiago, havendo muitos peregrinos que após visitarem Santiago e a sua catedral, continuam a peregrinação até ao extremo do cabo.”
in: Wikipedia
 Fisterra fica a cerca de 100 kms de La Coruña e rapidamente lá chegamos. Seguimos por uma estrada nacional que permitia que facilmente rolássemos a velocidades ilegais (sim, pontualmente também o fizemos mas, quero agradecer aos meus companheiros de viagem por terem respeitado a minha decisão de rolarmos sempre dentro da legalidade, para não haver imprevistos nem “surpresas” no momento ou à posterior).
Saímos de Fisterra com os depósitos cheios e fomos por estradas nacionais com destino a Pontevedra. Estava prevista a passagem por Santiago de Compostela, mas decidimos que ficaria para ouro dia!
Cruzamo-nos com muitos peregrinos a Santiago e aos fomos sentíamos que estava para acabar a aventura!
Uma última paragem em Tuy para abastecer. A bomba de gasolina tinha uma enorme fila… de Portugueses! Porque será?
Era bom estar de regresso ao nosso País, menos bom é a contínua falta de respeito que os Automobilistas Portugueses mostram pelos motociclistas… que diferença gigante para os Espanhóis.
A28 até Mindelo (sim, a pagar… e bem!) e paragem na N13 para uma última foto e despedidas.
Para mim, e outros elementos do grupo foi a 1ª grande viagem de mota, e foi uma experiência que, com certeza, não esqueceremos!
Resta-me agradecer aos meus companheiros de viagem, Pedro, João Pedro, Duarte, Tiago e João por todos os bons momentos que passamos, à minha esposa e aos meus filhos por todo o apoio que me deram.

QUANDO É A PRÓXIMA???


Fotos de Joaquim Duarte, João Oliveira, Pedro Lopes e Fernando Soares

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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Picos da Europa - Dia 3

Dia 3 (6/4/2017)
Manhã de 5ª feira, mais uma vez o bom tempo acompanha-nos, o destino desta manha são os Lagos de Covadonga e, para lá chegar, começamos em grande!
O desfiladeiro de La Hermida não é tão imponente como Los Beyos mas, para conduzir é, na minha opinião, ainda melhor. Menos curvas cegas, estrada um pouco mais larga e com mais visibilidade. Mais uma fantástica experiência a não perder por quem visita os Picos.
Passagem por Poncebos (povoação onde termina a Ruta del Cares) em direcção a Bulnes onde pretendíamos fazer a viagem no funicular mas, o preço (22,5€ por pessoa) bem como o tempo que iria demorar fez com que nos decidíssemos a seguir para Covadonga.
Assim até foi melhor, já temos desculpa para lá voltar. Teleférico de Fuente Dé e Funicular de Bulnes, pontos a visitar na próxima oportunidade!
Os Lagos de Covadonga foram, para mim, a maior surpresa da viagem! Quando marquei o percurso, incluí os Lagos quase por obrigação, por ser um ponto turístico bastante badalado. Na realidade a surpresa foi total e confirmou por a razão de tanta gente visitar os Lagos. Assim que começamos a subir por aquela estreita estrada, a paisagem transforma-se. As vistas, que devido ao bom tempo nos permitiam alcançar dezenas de quilómetros, eram fabulosas!
E chegando ao topo (1100m)… a surpresa foi total, uma imensidão de verde, melros enormes, vacas e ao fundo o Lago Ercina (mais abaixo está o Lago Enol)
Um visão do Paraíso!!! Um local que a internet subvaloriza, é preciso estar lá para perceber!
A não perder e logo que possível regressar.
Feita a descida dos Lagos foi tempo de visitar o Santuário de Covadonga bem como a Santa Cueva.
Talvez por ser dia de semana ou por ainda ser inicio de Abril, praticamente não havia ninguém por lá, o que nos permitiu uma visita sossegada e sem filas de espera! Esta foi a tónica de todos os locais que visitamos nesta viagem, poucos turistas.
O almoço foi de novo em Cangas de Onis e o resto da tarde foi passado na A8 a caminho de La Coruña. Mais algumas centenas de quilómetros em Auto-estrada e zero euros de Portagens!
Esta A.E., apesar de eu e a minha Transalp não gostarmos de rolar em A.E., é bastante agradável, uma vez que acompanha a costa norte de Espanha sendo possível, por diversas ocasiões, ter o mar como companhia.
Pelo meio ainda atravessamos uma serra que nos levou de novo às nuvens e em que chegamos a estar a um nível superior ao de algumas eólicas que encontramos. Era pouco ventoso, era…
J
La Coruña, tal como Leon, sofre do problema das cidades grandes. Trânsito, muito transito!
Quando fazemos uma viagem por meio rural e de montanha torna-se difícil mudar o “chip” para voltar a andar no trânsito, e tudo parece muito confuso.
O nosso hotel ficava a algumas dezenas de metros da Torre de Hercules.
A Torre de Hércules- Monumento nacional, é o mais antigo, ilustre e representativo da Corunha, e o elemento principal do seu escudo. É o único farol romano que existe no mundo e que continua a cumprir a sua função. Construído no Sec. II
A visita à Torre foi já depois do jantar. Uma forma diferente de ver monumentos que, com a iluminação artificial, parecem ganhar outras formas e uma nova vida!
Continua...
Fotos de Joaquim Duarte, João Oliveira, Pedro Lopes e Fernando Soares

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terça-feira, 2 de maio de 2017

Picos da Europa - Dia 2

Dia 2 (5/4/2017)

Depois de um bom pequeno-almoço, decidimos passar pelo centro de Leon. Cidade com muito trânsito, típico das grandes cidades, igrejas e a Catedral que acabamos por passar ao lado… grandes nabos!!!
A verdade é que já só pensávamos nos Picos…
Arrancamos em direcção a Riano e, aos poucos as montanhas começaram a “crescer” até que, depois de um túnel fez-se luz. Aquela albufeira ladeada por montanhas com os seus topos cobertos de neve… só em postais se veem imagens assim!
Paramos em Riano para abastecer as máquinas e para um café. Tiradas as fotos da praxe arrancamos… uma das melhores estradas da viagem esperava por nós.
 Depois de tanto ler sobre o Desfiladeiro de Los Beyos, posso dizer que é tudo isso e mais alguma coisa. Uma estrada sinuosa com curvas cegas mas, onde, em momento algum senti que seria insegura. Escarpas gigantescas em que para ver o Céu quase que eramos obrigados a olhar na vertical, muitas Cabras e Vacas, algumas delas no meio da estrada que ajudavam a tornar ainda mais inesquecível o percurso.
Em Cangas de Onis paramos para almoçar e para as quase obrigatórias fotos da Ponte Romana.
De seguida iriamos para Cain, povoação onde tem início a famosa Ruta del Cares. De novo no Desfiladeiro de Los Beyos, agora em sentido contrario e com a vantagem de lá termos passado algumas horas antes… ;-)
No caminho para Cain apanhamos pela primeira vez nevoeiro. Sim, os Picos também são conhecidos pela alta probabilidade de apanhar chuva ou nevoeiro ou os dois em simultâneo!
Foram dois minutos complicados… Eh, eh, eh, até nisso tivemos sorte, a meteorologia esteve sempre a nosso favor. Uma temperatura de Verão, excepto nos topos das montanhas em que não há nada a fazer - felizmente (quase) todos levamos os forros dos casacos e calças! – Zero chuva e dois minutos de nevoeiro enquanto atravessávamos as nuvens!
A descida para Cain é muito ingreme, a estrada muito estreita e as curvas muito apertadas mas, é daqueles casos em que esquecemos a condução, deixando a mota descer por si numa mudança baixa e simplesmente deliciamo-nos com a paisagem. Estamos a entrar noutro mundo, um mundo em que conseguimos perceber o quanto somos pequenos em comparação com a natureza!
Cain é uma povoação muito pequena com uma única estrada de acesso e que, basicamente, sobrevive com o turismo originado pela Ruta del Cares.
A Ruta del Cares é, provavelmente, o percurso pedonal mais conhecido dos Picos da Europa. Foi aberta nas rochas com dinamite para manutenção do canal de alimentação da Central Hidroelétrica de Camarmeña – Poncebos. O Canal foi construído entre 1916 e 1921 sendo posteriormente ampliado entre 1945 e 1950.
Como programado, era hora de encostar as motas por uns minutos, e dar incio a uma caminhada por uma pequena parte dos trilhos, tuneis e pontes que constituem a Ruta del Cares.
Este é daqueles locais que não se consegue explicar por palavras! Recomendo que procurem na Net vídeos para poderem perceber a intensidade do local!
Com as pernas e os pés a doer, mas deslumbrados com o que tínhamos acabado de ver, iniciamos a ultima ligação do dia em direção ao Hotel em Ojedo.
Junto a Ojedo fica Potes, e é a partir de Potes que temos a estrada que dá acesso a Fuente Dé e ao seu famoso teleférico que tínhamos previsto visitar mas acabamos por não o fazer devido a limitações de tempo.
Em Potes tivemos a melhor refeição de toda a viagem, um enorme “chuleton” acompanhado por umas frescas “cañas”
Continua...
Fotos de Joaquim Duarte, João Oliveira, Pedro Lopes e Fernando Soares
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