segunda-feira, 30 de abril de 2018

Pirenéus - Dia 2


Dia 2 (12/04/2018) – de Sória até Nerin… ups, Ainsa!
O dia apresentava-se promissor, a chuva tinha ido embora e havia poucas nuvens!
Foi com muita vontade que iniciamos o 2ª dia da viagem, esperava-nos o Deserto de Bardenas Reales e finalmente os Pirenéus.

De Sória a Bardenas Reales são cerca de 100kms, uma distância curta que acabou por se mostrar longa… recebemos um telefonema a meio do percurso, era do Hotel Palazio em Nerin, onde estava previsto passarmos a noite, e as notícias não eram boas. Um forte nevão na noite anterior tinha cortado as estradas e só era possível lá chegar com correntes nas rodas (a minha BMW nem na transmissão tem corrente, quanto mais nas rodas J)…
… Roberto, o funcionário do Hotel prontificou-se a arranjar-nos uma solução, um Hotel numa zona mais baixa onde a neve não tivesse provocado estragos. E assim foi, que seguimos em direcção a Bardenas Reales com a dúvida se iriamos ter onde dormir.
À chegada, apercebemo-nos que a estrada por onde deveríamos seguir depois da visita estava cortada, pelos vistos tinha chovido muito e havia muitas estradas cortadas devido a inundações!!! Isto estava a correr bem…
Entramos na zona protegida, dirigimos-nos ao balcão de turismo para saber por onde podíamos passar com as motas, a resposta foi em nenhum lado… estava tudo inundado, mais de 50cm de agua, XIÇA!!!! Não dá para piorar?

Bem ainda não está tudo perdido, disseram-nos que podíamos ir até à zona do quartel (ponto onde começa a estrada circundante que era suposto fazermos) e lá fomos nós. Quando chegamos ao Quartel, não havia nada a indicar que não se podia passar e como bons Portugueses que somos, fizemos de conta e seguimos pela estrada “cortada”.
Ainda deu para fazer uns quilómetros, até termos dois Jipes da Policia em cima de nós a perguntar o que estávamos ali a fazer e que tínhamos que nos por a mexer imediatamente ou passavam-nos multas… vá lá, ainda deu para tirar umas fotos à pressa! J

Era suposto atravessarmos Bardenas pelo lado Sul, mas como a estrada estava cortada tivemos que seguir para Norte em direcção a Pamplona. Mesmo assim ainda deu para ir apreciando ao longe a grandiosidade do Deserto, será uma visita a repetir noutra altura.
A paragem para almoço foi em Tiebas uma pequena localidade a poucos quilómetros de Pamplona, desta vez quisemos evitar o erro do dia anterior e não entramos na grande cidade para almoçar. Lá como cá, é nos arrabaldes que se come melhor!

Entretanto chegavam boas noticias, Roberto, o homem do Hotel de Nerin tinha-nos arranjado outro hotel em Ainsa, uma localidade a Sul de Nerin mas uns bons metros abaixo na montanha!
Mas, ainda faltavam uns bons quilómetros para lá chegarmos. Seguimos pela N-240 em direcção a Jaca e as majestosas montanhas dos Pirineus começavam-se a mostrar à nossa esquerda, a paisagem era linda mas estava tudo muito branco, não era muito bom sinal!


Estava a ser um dia agridoce, com algumas más noticias, mas também com paisagens fantásticas e a moral do grupo que esteve quase a ir por agua abaixo, estava de novo a crescer. Até que… a cerca de 20kms de Jaca paramos para abastecer. Paro a mota e ouço um som nada agradável, um furo!!! Dasssss, a minha mota era a única com pneus tubeless e ia ser a primeira a furar? O dia podia ficar pior? Podia e ficou!
Apesar de eu levar comigo, kit de reparação de furos, spray tapa furos e compressor, nada disso nos ia servir, o furo não era furo, tinha sido a válvula que tinha rasgado! Sai um senhor do interior da bomba e diz-nos que para reparar só em Jaca e estávamos a 20 quilómetros de lá e a minha roda não conseguia segurar o ar lá dentro!
Tinhamos visto uns 500 metros antes da bomba uma oficina com tratores à porta e falamos disso, mas o homem da bomba disse-nos que só reparavam rodas de carro!
Mas, nada como tentar, afinal uma válvula é uma válvula podia ser que tivéssemos sorte no meio daquele azar!
O João foi lá perguntar se tinham válvulas e ligou-me pouco depois a dizer que tinham lá dois tipos, e que alguma havia de servir.
Saquei do compressor e enchi um pouco o meu pneu (na bomba de gasolina pagava-se 1,5€ para usar o ar) e lá fui ter com ele à oficina de tratores J.
Desmontamos a roda, trocamos a válvula e em menos de uma hora estávamos de novo na estrada. 3€ foi o valor que quase me estragava a viagem!


Toca a seguir caminha que ainda nos faltavam 90 quilómetros até Ainsa, mas aí a boa disposição reinava, a estrada era fantástica, estava seca e foi um prazer fazer aqueles 90kms.
Chegamos a Ainsa, fomos ao Hotel descarregar as malas e decidimos ir explorar um caminho que tínhamos visto meia dúzia de quilómetros antes de chegarmos!
Era um sítio fantástico, onde também era proibido passar com as motas mas nós… “flutuamos” até lá! J





Um pequeno rio de águas glaciares, com uma corrente fortíssima, uma ponte feita com cabos de aço e tabuas e um desfiladeiro que guiava o rio para as suas entranhas… LINDO!

De regresso ao Hotel, era hora do banhinho e do Jantar.
Depois do Jantar ainda deu para explorar um Castelo e algumas ruas da localidade. Os Espanhois são fantásticos na preservação da sua cultura e na forma com atraem o turismo, tudo muito bem cuidado e limpo!



Pirenéus - Dia 1 (em imagens)






















domingo, 29 de abril de 2018

Pirenéus - Dia 1


 Ficou decidido que a viagem do grupo ia em direcção aos Pirineus!
Íamos tentar subir algumas das montanhas mais conhecidas do Tour de France.
Mais uma vez, a viagem de ida e de regresso tinham que ter conteúdo, não podia ser só comer quilómetros.
 Assim, o programa de ida incluía a Nascente do Douro e o Deserto de Bardenas Reales, no regresso iriamos passar por Biarritz, San Sebastian, Santander e Picos da Europa.
Desta vez o Tiago, o Pedro Lopes e o seu filho Pedro não nos puderam acompanhar, no seu lugar veio o Nuno com o seu Piano, uma estreia nestas andanças!


Dia 1 (11/04/2018) – partida da Maia e chegada a Soria
A partida estava marcada para as 6h30 e, mais uma vez ninguém falhou. Pouco passava das 8h e já estávamos em Bragança a tomar o pequeno-almoço. A viagem seguiu pela A4 até Quintanilha, mal passamos a fronteira tratamos de atestar os depósitos, a gasolina é 30 centimos por litro mais barata… os Tugas são muito ricos!!
Lá fomos nós seguindo o Rio Douro, passamos por Zamora e na chegada a Valladolid paramos para almoçar, foi provavelmente a pior refeição que tivemos em toda a viagem (e uma delas foi no McDonalds J). Com as barrigas mais ou menos compostas seguimos viagem, perto de Aranda de Duero, a chuva fez a primeira aparição, felizmente nunca caiu com muita intensidade e pouco afetou os nossos planos!
Seguimos, depois, para El Burgo de Osma, pequena localidade com uma lindíssima e muito bem conservada Catedral! Continuava a viagem pela N-122, a estrada que nos tinha acompanhado desde que entramos em Espanha.


Pouco antes de chegarmos a Soria fizemos o desvio para os Picos de Urbion, ponto onde, supostamente, nasce o Rio Douro! Infelizmente não conseguimos chegar lá, segundo o que nos disseram a estrada estava cortada com alguns metros de altura de neve! Decidimos não arriscar e fomos diretos para o Hotel
Foram mais ou menos 700kms e já estávamos todos cansados e um banho quente era bem-vindo!