Dia 2 (12/04/2018) –
de Sória até Nerin… ups, Ainsa!
O dia apresentava-se promissor, a chuva tinha ido embora e
havia poucas nuvens!
Foi com muita vontade que iniciamos o 2ª dia da viagem, esperava-nos o Deserto
de Bardenas Reales e finalmente os Pirenéus.
De Sória a Bardenas Reales são cerca de 100kms, uma distância curta que acabou
por se mostrar longa… recebemos um telefonema a meio do percurso, era do Hotel
Palazio em Nerin, onde estava previsto passarmos a noite, e as notícias não
eram boas. Um forte nevão na noite anterior tinha cortado as estradas e só era
possível lá chegar com correntes nas rodas (a minha BMW nem na transmissão tem
corrente, quanto mais nas rodas J)…
… Roberto, o funcionário do Hotel prontificou-se a arranjar-nos uma solução, um
Hotel numa zona mais baixa onde a neve não tivesse provocado estragos. E assim
foi, que seguimos em direcção a Bardenas Reales com a dúvida se iriamos ter
onde dormir.
À chegada, apercebemo-nos que a estrada por onde deveríamos seguir depois da
visita estava cortada, pelos vistos tinha chovido muito e havia muitas estradas
cortadas devido a inundações!!! Isto estava a correr bem…
Entramos na zona protegida, dirigimos-nos ao balcão de turismo para saber por
onde podíamos passar com as motas, a resposta foi em nenhum lado… estava tudo
inundado, mais de 50cm de agua, XIÇA!!!! Não dá para piorar?
Bem ainda não está tudo perdido, disseram-nos que podíamos ir até à zona do
quartel (ponto onde começa a estrada circundante que era suposto fazermos) e lá
fomos nós. Quando chegamos ao Quartel, não havia nada a indicar que não se
podia passar e como bons Portugueses que somos, fizemos de conta e seguimos
pela estrada “cortada”.
Ainda deu para fazer uns quilómetros, até termos dois Jipes da Policia em cima
de nós a perguntar o que estávamos ali a fazer e que tínhamos que nos por a
mexer imediatamente ou passavam-nos multas… vá lá, ainda deu para tirar umas
fotos à pressa! J
Era suposto atravessarmos Bardenas pelo lado Sul, mas como a estrada estava
cortada tivemos que seguir para Norte em direcção a Pamplona. Mesmo assim ainda
deu para ir apreciando ao longe a grandiosidade do Deserto, será uma visita a
repetir noutra altura.
A paragem para almoço foi em Tiebas uma pequena localidade a poucos quilómetros
de Pamplona, desta vez quisemos evitar o erro do dia anterior e não entramos na
grande cidade para almoçar. Lá como cá, é nos arrabaldes que se come melhor!
Entretanto chegavam boas noticias, Roberto, o homem do Hotel de Nerin tinha-nos
arranjado outro hotel em Ainsa, uma localidade a Sul de Nerin mas uns bons
metros abaixo na montanha!
Mas, ainda faltavam uns bons quilómetros para lá chegarmos. Seguimos pela N-240
em direcção a Jaca e as majestosas montanhas dos Pirineus começavam-se a
mostrar à nossa esquerda, a paisagem era linda mas estava tudo muito branco,
não era muito bom sinal!
Estava a ser um dia agridoce, com algumas más noticias, mas também com
paisagens fantásticas e a moral do grupo que esteve quase a ir por agua abaixo,
estava de novo a crescer. Até que… a cerca de 20kms de Jaca paramos para
abastecer. Paro a mota e ouço um som nada agradável, um furo!!! Dasssss, a
minha mota era a única com pneus tubeless e ia ser a primeira a furar? O dia
podia ficar pior? Podia e ficou!
Apesar de eu levar comigo, kit de reparação de furos, spray tapa furos e
compressor, nada disso nos ia servir, o furo não era furo, tinha sido a válvula
que tinha rasgado! Sai um senhor do interior da bomba e diz-nos que para
reparar só em Jaca e estávamos a 20 quilómetros de lá e a minha roda não
conseguia segurar o ar lá dentro!
Tinhamos visto uns 500 metros antes da bomba uma oficina com tratores à porta e
falamos disso, mas o homem da bomba disse-nos que só reparavam rodas de carro!
Mas, nada como tentar, afinal uma válvula é uma válvula podia ser que
tivéssemos sorte no meio daquele azar!
O João foi lá perguntar se tinham válvulas e ligou-me pouco depois a dizer que
tinham lá dois tipos, e que alguma havia de servir.
Saquei do compressor e enchi um pouco o meu pneu (na bomba de gasolina
pagava-se 1,5€ para usar o ar) e lá fui ter com ele à oficina de tratores J.
Desmontamos a roda, trocamos a válvula e em menos de uma hora estávamos de novo
na estrada. 3€ foi o valor que quase me estragava a viagem!
Toca a seguir caminha que ainda nos faltavam 90 quilómetros até Ainsa, mas aí a
boa disposição reinava, a estrada era fantástica, estava seca e foi um prazer
fazer aqueles 90kms.
Chegamos a Ainsa, fomos ao Hotel descarregar as malas e decidimos ir explorar
um caminho que tínhamos visto meia dúzia de quilómetros antes de chegarmos!
Era um sítio fantástico, onde também era proibido passar com as motas mas nós…
“flutuamos” até lá! J
Um pequeno rio de águas glaciares, com uma corrente fortíssima, uma ponte feita
com cabos de aço e tabuas e um desfiladeiro que guiava o rio para as suas
entranhas… LINDO!
De regresso ao Hotel, era hora do banhinho e do Jantar.
Depois do Jantar ainda deu para explorar um Castelo e algumas ruas da
localidade. Os Espanhois são fantásticos na preservação da sua cultura e na
forma com atraem o turismo, tudo muito bem cuidado e limpo!













Adoro o relato. Muito bom!
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